sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Concursos para os quadros em 2011

O ME comprometeu-se, em acta negocial, a abrir concurso no próximo ano (2011) e a fazer, até lá, um rigoroso levantamento das necessidades permanentes das escolas, com vista à abertura de vagas, bem como a negociar a alteração de vários aspectos do regime de concurso.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Um nó na garganta

O acordo de princípios para a revisão do ECD e do modelo de avaliação de desempenho, assinado no passado dia 8 de Janeiro, exige aos professores que pretendam ingressar na carreira a aprovação “numa prova pública de ingresso… que não é exigível aos docentes contratados que já tenham obtido uma avaliação com menção igual ou superior a Bom… “ bem como a outros docentes que já tenham leccionado no ensino particular e cooperativo ou que tenham tido outro tipo de contrato com o ME e uma avaliação equivalente. Os professores que já prestaram de forma adequada os seus serviços ao ME deixam assim de viver e trabalhar permanentemente com a faca encostada ao pescoço, numa ansiedade permanente sob o cutelo da prova de ingresso. Esse facto não pode deixar de ser registado como positivo.

Nestes últimos anos utilizamos (professores e sindicatos) como argumentos pela revogação da prova o facto de o ME promover, com a implementação da mesma, a desconfiança na qualidade das instituições de formação de professores, bem como de querer resolver eventuais problemas nessas instituições (é provável que existam) punindo os jovens mestrados, sem nunca intervir no que realmente é importante, ou seja, na própria formação. A par dessa desconfiança referimos (novamente professores e sindicatos) inúmeras vezes que a prova iria reduzir artificialmente o número de professores desempregados, dado que aqueles que não obtivessem aprovação, apesar de serem professores profissionalizados para o ensino, não poderiam concorrer ao concurso de professores deixando assim de ser contabilizados como eventuais professores desempregados. Os dois argumentos mencionados são válidos e perfeitamente realistas, o problema é que a prova não será revogada. Então não existirá na mesma uma desconfiança sobre a qualidade das instituições de formação? Então o ME não continua a descartar responsabilidades nos cursos de formação, castigando à mesma os formandos depois da conclusão dos seus cursos e da sua profissionalização? Então não iremos ver à mesma disfarçado o número de jovens professores desempregados?

A faca saiu do pescoço… mas fica um nó na garganta de tanto falarmos nos ditos argumentos que deviam continuar vivos enquanto a prova não for definitivamente revogada, enquanto não se apostar seriamente na formação de professores, enquanto se continuar a aligeirar os estágios pedagógicos, enquanto a preocupação dos números estatísticos for o prato servido todos os dias, enquanto se apregoar a necessidade de criar estabilidade e serenidade nas escolas e se continuar a apostar na contratação massiva de professores em detrimento da abertura realista de lugares de quadro.