segunda-feira, 20 de abril de 2009

Proposta do ME (só para inglês ver) - Prova de ingresso e estrutura da carreira

1. Ingresso na Carreira Docente
1.1. Prova de Ingresso
- Realização de uma prova de ingresso para os candidatos ao exercício da função docente que garanta que todos os candidatos a esse exercício cumprem, para além de todos as dúvidas, os respectivos requisitos.
- Prova geral obrigatória, comum a todos os candidatos, com o propósito de verificar a sua capacidade para mobilizar o raciocínio crítico e a capacidade resolver problemas, bem como a sua preparação para resolver problemas em domínios não disciplinares.
- A prova comporta itens de resposta múltipla (com apenas uma resposta correcta) e com a possibilidade de a classificação se efectuar por meio de uma chave de correcção automática.
- A elaboração da prova será da responsabilidade do Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE) que poderá para o efeito estabelecer formas de colaboração com entidades com reconhecimento internacional no domínio da avaliação.
- A classificação das provas expressar-se-á pelas menções de Aprovado e Não Aprovado e a não aprovação não invalida a possibilidade de candidatura à sua realização em anos subsequentes
- A Submissão à prova constitui um requisito indispensável para aceder ao exercício profissional da função docente excepto aquando do primeiro ano de aplicação, para docentes que contem pelo menos quatro anos de serviço, com classificação mínima de Bom na avaliação de desempenho, dois dos quais nos últimos quatro anos.

Mais informações em: http://www.min-edu.pt/np3content/?newsId=3454&fileName=propostas.pdf

Mais uma proposta para "inglês ver", dado que tanto no acesso como na estruturação da carreira, o ME mantém os seus princípios economicistas bem como a sua intenção de ludibriar descaradamente as estatísticas do desemprego docente, deixando assim para último plano a real melhoria da educação.

domingo, 19 de abril de 2009

A realidade dos colegas contratados

Não me agrada minimamente escrever este tipo de posts, no entanto, tenho de o escrever por uma questão de consciência. Existem alguns colegas contratados que pensam que devido à grande mobilidade que este concurso (supostamente) vai ter, tem grandes hipóteses de entrar em quadro. Recomendo que não pensem assim, pois as probabilidades de levarem com um «balde de água fria» são extremamente elevadas. Este concurso de docentes é bastante diferente dos anteriores. E eu passo a explicar o porquê.

1.º As vagas de Quadro de Zona Pedagógica terminaram. Por regra, era por aqui que muitos colegas entravam em quadros. Ao eliminarem estas vagas, o Ministério da Educação, reduziu substancialmente o «bolo» de vagas. Um «golpe» de raiz economicista, que terá um forte impacto nas colocações e na manutenção da precariedade dos colegas contratados.

2.º As vagas de Quadro de Agrupamento (e de Escola não agrupada) são as únicas vagas colocadas a concurso, e na esmagadora maioria dos casos não servem sequer para assegurar 60% de «conversões» de colegas QZP em QA ou QEna. Se as vagas para este concurso, não são suficientes para os colegas QZP, quanto mais para os colegas contratados.

3.º Ao contrário de outros concursos, de 100% de vagas libertadas pelos colegas que entretanto se reformaram, nem 20% terão sido reconvertidas para este concurso.

4.º Em algumas escolas, onde existem 2 ou 3 colegas QZP (para além dos QE residentes) e mais uns quantos contratados, não abriram vagas de QA ou QEna, chegando mesmo a surgirem vagas negativas nestas escolas. Pelo que sei, alguns destes horários vão-se manter, mas não foram consideradas nas vagas para o concurso.

5.º Vão surgir imensas vagas, na próxima fase concursal, mas essas não servem para novas «entradas» em quadro. Vai ser aqui, que a real mobilidade se vai registar.

Para além do que já acima referi, e para piorar o cenário para os colegas contratados, sei que muitos colegas QZP, restringiram bastante o seu concurso, concorrendo apenas a mais um ou dois QZP´s. E se o fizeram, é porque leram a legislação, e sabem que na próxima fase do concurso, terão fortes hipóteses de conseguir uma colocação (ao abrigo do DACL) próximo de casa. Concorrem «à frente» dos colegas contratados, e com sorte ficarão em «casa». Isto significa, que a maioria dos colegas contratados que ficavam actualmente com um bom horário, perto da sua residência, irão ficar bem mais longe.

Perdoem-me esta chamada de atenção, mas alguém tinha de a fazer. Existem mais alguns elementos relevantes para a situação que acabei de expôr, mas creio que o que coloquei já é suficiente para vocês compreenderem a ideia geral.

Por Ricardo M. In: http://profslusos.blogspot.com/2009/04/realidade-dos-colegas-contratados.html