quarta-feira, 23 de junho de 2010

Temos circo (listas de graduação publicadas com ADD)

O ME resolveu dar corpo à fantochada da avaliação de desempenho do ano passado. Aquela avaliação considerada por todos, incluindo o ME, como inadequada. Contra marés, ventos, marinheiros, gaivotas e afins, ou como quem diz ignorando os apelos do Provedor de Justiça, da Assembleia da República, entre outros, ignorando também as mais elementares regras de bom senso, utilizando as mais engenhosas artimanhas para contrariar a providência cautelar do tribunal de Beja, o ME publicou hoje as listas provisórias de graduação profissional para o concurso de 2010/11 com inclusão do factor ADD. Aqueles que não entregaram os objectivos individuais ou não solicitaram aulas assistidas o ano passado foram condenados a perder dezenas e em alguns casos centenas de lugares na lista de graduação.
Tudo em prol de quê? Não é de certeza pelos alunos nem pela escola pública, por estranho que possa parecer também não é por motivos financeiros dado que o número de professores a contratar será o mesmo independentemente de a ADD contar ou não. Será por teimosia ou obstinação? Se calhar é apenas uma forma de dar um sinal aos professores mais jovens e precários, que têm pontos de vista diferentes do ME, que serão também de futuro prejudicados nos seus direitos profissionais caso opinem de maneira diferente do ME, independentemente de a posição ser considerada como a mais equilibrada.

terça-feira, 15 de junho de 2010

ADD nos concursos (acta negocial de 9/4/2010)

A Fenprof colocou o problema da ADD no concurso.

A Fenprof reiterou a necessidade de a ADD não ser considerada neste concurso.

O Secretário de Estado referiu não haver ainda haver decisão política nessa matéria.

Infelizmente, e ao contrário do que muitos pensavam, o ME não se comprometeu com a eliminação da ADD no concurso de professores.

domingo, 6 de junho de 2010

Vale tudo

O vale tudo é uma modalidade de luta com contacto pleno (full contact) em que os adversários nem sempre precisam seguir um único estilo de arte marcial.
Esta será uma das novas modalidades a implementar nas nossas escolas. Parece até que já existem professores de Educação Física a solicitarem formação creditada na matéria em causa. Vejamos as mais recentes informações.

Informação 1: O Ministério da Educação tornou público que o Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa lhe deu plena razão no que respeita à consideração da avaliação no concurso de professores que deveria estar a decorrer, no entanto todos sabem que a providência cautelar do tribunal de Beja continua a não permitir a consideração da avaliação.
Vale tudo para impor a consideração da avaliação no concurso de professores, independentemente de essa avaliação ter sido um autêntico circo, mesmo que se coloque em causa a colocação de professores a 1 de Setembro, independentemente de se criarem injustiças e problemas que antes não existiam e que foram criados no momento em que saiu o aviso de abertura dos concursos. Vale tudo para o ME levar a sua vontade avante, já que se está a criar um problema que poderá ser complexo mas que é de simples resolução. A situação prejudica tudo e todos (incluindo os alunos) sem se perceber quais os reais motivos da obstinação do ME.

Informação 2: Os alunos com mais de 15 anos retidos no 8.º ano de escolaridade têm agora a possibilidade de, em caso de aproveitamento num conjunto de exames, de transitar directamente para o 10.o ano.
Temos aqui mais um argumento para os professores fazerem obrigatoriamente acções de formação no vale tudo para melhorar as estatísticas das habilitações literárias em Portugal.

Informação 3: Governo continuará a fechar escolas com menos de 20 alunos.
Não interessa se os alunos terão transporte ou se têm de acordar às 6 da matina para chegar às 8 da noite. Não interessa a opinião dos municípios (que conhecem melhor a realidade), dos encarregados de educação e demais agentes educativos. Interessa é fechar tudo o tenha menos de 20 alunos independentemente da realidade de cada uma das escolas. Vale tudo para poupar uns euros na educação.